quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Por uma Universidade Pública na região noroeste

No último sábado, esteve na região, em companhia de D. Milton, Bispo da Brasilândia, o Ministro da Educação,profº Fernando Haddad. Na ocasião o movimento pró-universidade pública na região noroeste e outras 95 entidades da sociedade - pastorais sociais, sindicatos, entidades estudantis etc., leram e entregaram:

CARTA ABERTA POR UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA

NA REGIÃO NOROESTE DA CIDADE DE SÃO PAULO


Senhor Ministro da Educação Fernando Haddad,

Senhor Bispo da Região Episcopal Brasilândia Dom Milton Kenan Junior,

Senhores Parlamentares e demais autoridades,

Padres, religiosas, irmãs e irmãos,


Todos os anos milhares de jovens concluem o Ensino Médio em escolas de nossa região. Somam-se a outros milhares que nos anos anteriores também superaram desafios e dificuldades para vencer esta etapa da educação básica: conciliar estudo e trabalho, desestímulo, salas superlotadas, falta de perspectivas etc. Para a imensa maioria desses jovens e adultos, dar continuidade aos estudos em nível superior é um sonho distante. Fazê-lo em uma universidade pública, uma tarefa praticamente impossível.

Ainda assim, há os que insistem e resistem, seja participando de grupos de estudo, organizando cursinhos populares ou valendo-se de políticas afirmativas como as cotas e isenção das taxas de vestibulares.

No entanto, para os que venceram os obstáculos apontados, outros se apresentam: a permanência, os custos com alimentação e material didático e de modo especial as distâncias a serem percorridas. Um jovem morador da Brasilândia ou distrito vizinho aprovado na USP precisará se deslocar por cerca de 30 km para estudar. Se o fizer na UNIFESP Osasco serão mais de 30 km e se estiver matriculado no campus Pimentas da Universidade Federal em Guarulhos, terá de percorrer quase 50 km. Às longas distâncias soma-se a precariedade e insuficiência do transporte público para essas regiões.

Inspirados por essas questões, iniciamos este movimento popular pela instalação de uma universidade pública na zona noroeste da cidade de São Paulo. Somos moradores, estudantes, trabalhadores da educação (funcionários de escolas, professores, coordenadores, diretores das redes pública e particular de ensino), lideranças populares e de pastorais, lideranças religiosas. Fazemos parte de uma tradição de lutas e conquistas que integram a história da Região Episcopal Brasilândia e da zona noroeste da cidade de São Paulo.

A nossa região é formada pelos distritos de Brasilândia, Freguesia do Ó, Jaraguá, Perus, Pirituba e Vila Nova Cachoeirinha, somando aproximadamente 1,5 milhão de habitantes. No que diz respeito ao acesso à formação técnica e superior contamos com apenas 05 escolas técnicas estaduais e pequeno número de faculdades particulares.

Reconhecemos que graças aos esforços do governo federal, em especial do ministério dirigido por Vossa Excelência, o MEC, esse quadro de exclusão e dificuldade de acesso ao ensino superior tem sido modificado, seja com a construção de novas universidades federais, seja pela execução de programas como o PROUNI e o financiamento estudantil – FIES. Sem dúvida, o crescimento do acesso ao ensino universitário é um dos pilares sobre os quais está sustentado o atual ciclo de desenvolvimento econômico e social pelo qual nosso país vem passando nos últimos anos. Esperamos que continue sendo assim, e que façamos parte dessa revolução educacional de forma mais efetiva.

Ao mesmo tempo, reconhecemos que há muito por fazer. Temos clareza de que nas regiões onde o povo conseguiu trazer para perto a universidade pública, como em Diadema, Osasco, Embu das Artes e agora na zona leste da cidade de São Paulo, essa conquista só foi possível graças à organização e mobilização da sociedade civil.

Acreditamos ser necessária e pertinente essa luta pela implantação de uma universidade pública em nossa região, pois sabemos que não se trata apenas de um prédio a mais na paisagem local. Uma universidade pode potencializar o desenvolvimento regional, representar oportunidades de estudo e trabalho para jovens e adultos, formar novos profissionais, contribuir para a melhoria da qualidade na educação básica, ajudar os movimentos sociais e os poderes públicos a compreenderem melhor os problemas locais e apresentar soluções mais adequadas. Nesse sentido, queremos em nossa região uma universidade que socialize o saber acadêmico e erudito com o povo e que, ao mesmo tempo, busque na vida desse mesmo povo suas razões de ser para que seja uma universidade popular, em favor da transformação dos que dela mais necessitam.

Por se tratar de uma região periférica da cidade, que se desenvolveu com pouco planejamento, restam-nos poucos espaços físicos onde possam ser implantados equipamentos que beneficiem de fato a população local. Preocupados com isso, temos realizado o trabalho de localização, mapeamento e monitoramento de algumas áreas às quais esperamos apresentar ao Poder Público, para que então, o nosso sonho comece a se tornar realidade. Não permitiremos que os poucos terrenos que nos sobram se tornem lixão, presídio, pedreira ou qualquer coisa que colabore para com a cultura da morte em lugar de contribuir para a defesa da vida e a cultura de paz.

Finalmente, colocamo-nos a disposição do Ministério da Educação, dos reitores e demais membros da rede de universidades brasileiras para que em conjunto realizemos o projeto da próxima universidade pública a ser construída pelo governo federal, a Universidade Federal da Zona Noroeste da Cidade de São Paulo.

AGORA CHEGOU NOSSA VEZ !!!”

www.prouniversidadezonanoroeste.blogspot.com

email: prouniversidadezonanoroeste@gmail.com

Petição Pública Eletrônica: http://va.mu/DIXY

(11) 3941-1868 – Paróquia São Luiz de Montfort, Rua Dr. Carmelo D’Agostinho, 149, Jd. Rincão


Nenhum comentário:

Postar um comentário