quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Camila e o ministro da educação

O Ministro da Educação, Fernando Haddad, esteve na Região Brasilândia no último sábado, 20 de agosto, participando de agenda com o Movimento Pró-Universidade na Região Noroeste (formado por líderes sociais, educadores e agentes pastorais), na ocasião foi entregue a Fernando Haddad uma carta assinada por mais de 95 entidades sociais. Na sequência, a jovem Camila leu a carta abaixo:

Discurso da aluna Camila do Cursinho Popula Pré-Vestibulinho Preparando o Futuro
" Bom dia a todos e todas. Meu nome é Camila, tenho 14 anos e sou moradora do Jd. Eliza Maria. Estudo no nono ano em uma escola pública no bairro do Imirim e faço o Cursinho Popular Preparando o Futuro aqui na Associação Sócio Cultural Madre Tereza de Jesus.
É uma honra representar meus amigos, tive alguns dias pra preparar o que falarei agora em alguns minutos, a maioria dos presentes esquecerá em alguns dias minha fala, mas eu lembrarei pra sempre.
Como a maioria dos jovens, eu sonho em subir na vida, e para isso quero ter um bom estudo e uma boa formação. Tenho esperança e confiança que a educação hoje me ajudará no futuro a conseguir um emprego promissor e construir uma boa carreira, quem sabe até “Ministra da Educação? E depois até “Prefeita de São Paulo!”
Mesmo morando aqui no Elisa Maria, optei por cursar o Ensino Fundamental em uma escola do Imirim, um bairro vizinho aqui ao nosso, pois lá a educação é um pouco melhor do que aqui na Brasilândia.
Mas, por quê? Por que eu preciso sair do bairro onde moro, pegar ônibus e trânsito pra ter melhores condições de estudo? Por que as escolas da periferia não têm a mesma qualidade que as escolas dos bairros de classe média?
A verdade é que eu não tenho a resposta, Ministro e demais. Convido vocês a uma reflexão. Eu estou tendo a oportunidade de um estudo um pouco melhor, tenho acesso a informação, mas realmente nem todos têm, e isso vai me dar vantagem. Isso não é justo, não é justo.
Por que as pessoas mais pobres não podem estudar em boas escolas? Mas eu gostaria que me respondessem, não só com palavras, mas com ações: como podemos melhorar a educação em nossa região? Isso não é um movimento individual, isolado, mas como o próprio site do Ministério diz “Para a educação melhorar, todos devem participar” esse é um apelo que reforço, não faço somente por mim, mas por todos que estou representando.
Conheci as Etecs através de uma amiga e soube que nelas eu poderia ter um ensino de qualidade que me abriria muitas portas não só para o trabalho, mas para a vida. Desde então, venho pesquisando mais e mais sobre o Ensino Técnico e as escolas técnicas e passo as informações pros meus colegas, com o desejo de que possamos cursar o Ensino Médio em uma delas.
Nestes tempos de preparo para o vestibulinho descobri que muitas matérias que cairão na prova não foram ensinadas, principalmente em ciências, que são cobradas química, física e biologia.
Me parece que não há uma preocupação conosco, jovens de escolas públicas, pois nos é praticamente negada a oportunidade de passar em uma escola técnica. Não recebemos o preparo adequado. Sabemos que a maioria dos alunos das Etecs veio de escolas particulares e que, muitas vezes, os alunos de escolas públicas que conseguem passar acabam sofrendo tanto para acompanhar as aulas, pois cobram um preparo que nós não recebemos, quanto no preconceito pela diferença de renda. Os professores também não devem ficar nos preparando somente para uma prova. Acho que o que devia ter é vaga pra todo mundo que quisesse fazer a escola técnica.
Assim, finalizando, pedimos melhorias na Educação Básica, pois já fomos esquecidos por muito tempo. Com relação ao Ensino Superior e Técnico Precisamos de uma universidade publica aqui na nossa região, pois todas estão distantes. Quero estudar numa universidade perto de casa quando eu finalizar meu ensino médio e podem ter certeza que vou lutar para isso acontecer. Se a oportunidade nos for oferecida, nós a aproveitaremos. Esse Cursinho Popular é um exemplo, pois há um grande número de jovens que se esforçam para conseguir algo melhor para suas vidas.
É preciso realizar a inclusão social, reduzindo o preconceito e as diferenças sociais. Mas para isso precisamos do investimento do Governo pela melhoria da Educação na Rede Pública. ''Educação é Cidadania. Educação é Inclusão Social''.

....

lembrete:

Durante a reunião, o Ministro anunciou a criação de uma unidade do Pronatec – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, afirmando que já há o dinheiro disponível para a construção da unidade e que agora aguarda que o movimento faça a indicação de um local para a escola técnica. Segundo relato de Marcos Manoel dos Santos, um dos líderes do Movimento Pró-Universidade na Região Noroeste, destacou que, apesar da construção de uma escola técnica federal na região, a luta principal é por uma universidade pública.



Por uma Universidade Pública na região noroeste

No último sábado, esteve na região, em companhia de D. Milton, Bispo da Brasilândia, o Ministro da Educação,profº Fernando Haddad. Na ocasião o movimento pró-universidade pública na região noroeste e outras 95 entidades da sociedade - pastorais sociais, sindicatos, entidades estudantis etc., leram e entregaram:

CARTA ABERTA POR UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA

NA REGIÃO NOROESTE DA CIDADE DE SÃO PAULO


Senhor Ministro da Educação Fernando Haddad,

Senhor Bispo da Região Episcopal Brasilândia Dom Milton Kenan Junior,

Senhores Parlamentares e demais autoridades,

Padres, religiosas, irmãs e irmãos,


Todos os anos milhares de jovens concluem o Ensino Médio em escolas de nossa região. Somam-se a outros milhares que nos anos anteriores também superaram desafios e dificuldades para vencer esta etapa da educação básica: conciliar estudo e trabalho, desestímulo, salas superlotadas, falta de perspectivas etc. Para a imensa maioria desses jovens e adultos, dar continuidade aos estudos em nível superior é um sonho distante. Fazê-lo em uma universidade pública, uma tarefa praticamente impossível.

Ainda assim, há os que insistem e resistem, seja participando de grupos de estudo, organizando cursinhos populares ou valendo-se de políticas afirmativas como as cotas e isenção das taxas de vestibulares.

No entanto, para os que venceram os obstáculos apontados, outros se apresentam: a permanência, os custos com alimentação e material didático e de modo especial as distâncias a serem percorridas. Um jovem morador da Brasilândia ou distrito vizinho aprovado na USP precisará se deslocar por cerca de 30 km para estudar. Se o fizer na UNIFESP Osasco serão mais de 30 km e se estiver matriculado no campus Pimentas da Universidade Federal em Guarulhos, terá de percorrer quase 50 km. Às longas distâncias soma-se a precariedade e insuficiência do transporte público para essas regiões.

Inspirados por essas questões, iniciamos este movimento popular pela instalação de uma universidade pública na zona noroeste da cidade de São Paulo. Somos moradores, estudantes, trabalhadores da educação (funcionários de escolas, professores, coordenadores, diretores das redes pública e particular de ensino), lideranças populares e de pastorais, lideranças religiosas. Fazemos parte de uma tradição de lutas e conquistas que integram a história da Região Episcopal Brasilândia e da zona noroeste da cidade de São Paulo.

A nossa região é formada pelos distritos de Brasilândia, Freguesia do Ó, Jaraguá, Perus, Pirituba e Vila Nova Cachoeirinha, somando aproximadamente 1,5 milhão de habitantes. No que diz respeito ao acesso à formação técnica e superior contamos com apenas 05 escolas técnicas estaduais e pequeno número de faculdades particulares.

Reconhecemos que graças aos esforços do governo federal, em especial do ministério dirigido por Vossa Excelência, o MEC, esse quadro de exclusão e dificuldade de acesso ao ensino superior tem sido modificado, seja com a construção de novas universidades federais, seja pela execução de programas como o PROUNI e o financiamento estudantil – FIES. Sem dúvida, o crescimento do acesso ao ensino universitário é um dos pilares sobre os quais está sustentado o atual ciclo de desenvolvimento econômico e social pelo qual nosso país vem passando nos últimos anos. Esperamos que continue sendo assim, e que façamos parte dessa revolução educacional de forma mais efetiva.

Ao mesmo tempo, reconhecemos que há muito por fazer. Temos clareza de que nas regiões onde o povo conseguiu trazer para perto a universidade pública, como em Diadema, Osasco, Embu das Artes e agora na zona leste da cidade de São Paulo, essa conquista só foi possível graças à organização e mobilização da sociedade civil.

Acreditamos ser necessária e pertinente essa luta pela implantação de uma universidade pública em nossa região, pois sabemos que não se trata apenas de um prédio a mais na paisagem local. Uma universidade pode potencializar o desenvolvimento regional, representar oportunidades de estudo e trabalho para jovens e adultos, formar novos profissionais, contribuir para a melhoria da qualidade na educação básica, ajudar os movimentos sociais e os poderes públicos a compreenderem melhor os problemas locais e apresentar soluções mais adequadas. Nesse sentido, queremos em nossa região uma universidade que socialize o saber acadêmico e erudito com o povo e que, ao mesmo tempo, busque na vida desse mesmo povo suas razões de ser para que seja uma universidade popular, em favor da transformação dos que dela mais necessitam.

Por se tratar de uma região periférica da cidade, que se desenvolveu com pouco planejamento, restam-nos poucos espaços físicos onde possam ser implantados equipamentos que beneficiem de fato a população local. Preocupados com isso, temos realizado o trabalho de localização, mapeamento e monitoramento de algumas áreas às quais esperamos apresentar ao Poder Público, para que então, o nosso sonho comece a se tornar realidade. Não permitiremos que os poucos terrenos que nos sobram se tornem lixão, presídio, pedreira ou qualquer coisa que colabore para com a cultura da morte em lugar de contribuir para a defesa da vida e a cultura de paz.

Finalmente, colocamo-nos a disposição do Ministério da Educação, dos reitores e demais membros da rede de universidades brasileiras para que em conjunto realizemos o projeto da próxima universidade pública a ser construída pelo governo federal, a Universidade Federal da Zona Noroeste da Cidade de São Paulo.

AGORA CHEGOU NOSSA VEZ !!!”

www.prouniversidadezonanoroeste.blogspot.com

email: prouniversidadezonanoroeste@gmail.com

Petição Pública Eletrônica: http://va.mu/DIXY

(11) 3941-1868 – Paróquia São Luiz de Montfort, Rua Dr. Carmelo D’Agostinho, 149, Jd. Rincão


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Reunião com o ministro Fernando Haddad

A convite da Região Episcopal Brasilândia, o ministro da educação Fernando Haddad estará na comunidade do Jardim Eliza Maria às 10h00.

Na reunião, o ministro ouvirá as demandas da região no campo da educação. Dentre elas, será apresentada pelo nosso movimento a reivindicação pela implantação de uma universidade pública na zona noroeste da cidade de São Paulo.

Local: Associação Sócio Cultural Madre Tereza de Jesus
Rua Rômulo Naldi, 68 - Jardim Eliza Maria
Referência: Avenida Deputado Cantídio Sampaio

Horário: das 10h00 às 12h00

Nos vemos lá!!!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

UM POUCO DA NOSSA HISTÓRIA...

Universidade Pública na Zona Noroeste da cidade de São Paulo
Agora chegou a nossa vez!

Quem somos?
Profissionais da educação (professores, coordenadores, diretores das redes pública e particular de ensino), educadores e lideranças populares e pastorais sociais, da região noroeste da cidade de São Paulo.

O que é a região noroeste da cidade de São Paulo?
A região noroeste de São Paulo é formada pelos distritos de Brasilândia, Freguesia do Ó, Jaraguá, Perus, Pirituba e Vila Nova Cachoeirinha. Apesar de sermos cerca de 1,5 milhão de habitante a região é extremamente carente de equipamentos públicos, inclusive educacionais, de modo especial no ensino superior.

História do Movimento
A inspiração para a luta por uma universidade pública em nossa região vem do desafio enfrentado por tantos jovens e adultos para cursar o ensino superior, devido às distâncias que tem que percorrer.
Essa ideia vem de longe, passa pela luta das comunidades de Perus para transformar a antiga fábrica de cimento em um centro de formação do trabalhador e pela articulação surgida em 2006 na Vila Brasilândia em favor dessa bandeira.
O movimento também se inspira nas lutas vitoriosas de Osasco, da Zona Leste e outras regiões que, após a mobilização popular e à pressão aos poderes públicos, conquistaram a implantação de universidades públicas que tem contribuído para a formação de profissionais e para o desenvolvimento local.
Nosso movimento se propõe a agregar e dar continuidade a essas lutas. Motivados por isso, temos feito audiências com representantes dos governos federal e estadual, além de reitores das universidades públicas e apresentado a nossa reivindicação.

Abaixo assinado e petição eletrônica
Participe dessa luta conosco!
Assine o abaixo-assinado e divulgue a petição eletrônica: clique aqui


Vamos sensibilizar os governantes e fazer que o sonho se torne realidade!
Acesse o blog: www.prouniversidadezonanoroeste.blogspot.com